quarta-feira, outubro 24, 2007

O Sacrifício da Rosa.



Levanta-se o Sol divino
Em sua fogosa quadriga;
Aurora dos dedos róseos
Porta seu delicado véu
De luz e incandescentes cores.
Assim era aquela manhã
Nascente. Levantei-me de minha
Cama forrada de palha
E encaminhei-me ao meu
Amado jardim, residência
De multicoloridas flores
E alados pássaros cantores.
Cumprimentei os alados irmãos
Com seu cântico matinal.
Eles seguiram minha canção.
Eu me dirigi ao canteiro
Das belas e espinhosas
Rosas. Receberam-me com
Alegria as filhas de Afrodite,
Abrindo suas pétalas, exibindo
A mim toda sua beleza.
A elas dirigi minhas palavras:
"Minhas queridas rosas,
Bem o sabeis que vos amo
E que não costumo podar-vos
Nem tirar-vos a vida.
Hoje, porém, vim a vós rogar
Que me permitais oferecer
Uma de vós à amada
De meu alado coração".
Assim fiz meu pedido
Àquelas belas e espinhosas
Flores. Uma delas abriu
Suas delicadas pétalas, ainda
Molhadas pelo orvalho matutino,
E me disse: "Awmergin, nosso
Amado mestre-jardineiro, é com orgulho
E prazer que eu ofereço minha
Própria vida e a beleza de meu
Corpo, em sacrifício ao Amor.
Sirva-te de mim, poeta,
Oferece-me à tua amada.
Eu morro, para que viva
O Amor entre ti e tua amada".
Ao terminar suas tocantes
Palavras, escorriam de meus
Olhos o líquido cristalino.
Não sem pensar levei minha
Faca de ouro ao caule da rosa.
Antes de eu desferir o golpe fatal
Ela me disse estas últimas
Palavras: "Infinito seja vosso Amor"!

Awmergin, o Bardo
Em 20/10/2007, às 22:38h

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