Deleites nas Praias do Prazer.

Descido ao mundo dos homens
Uma vez mais e após ter abandonado
Os celestes deleites da solidão
Na Montanha do Ser.
Encontro-me agora em suave repouso
Nas Praias do Prazer.
"De que prazer falas tu, ó Bardo?
Falas do prazer corpóreo,
Dos gozos materiais?",
Perguntam-me os homens.
Eis que lhes respondo:
"Meus gozos não são
Os gozos rudes do corpo,
Embora não os negue.
Eu vos digo: gozai, deleita-vos
Em delícias até que vos sacieis delas!
Amai-vos e ofereçais vossas dádivas
Uns aos outros!
Meus deleites, contudo, são outros
Posto que destes deleites do mundo
Já me tenho saciado.
Meus gozos são os divos,
Os da alma: a música que não se ouve;
A solidão amiga; as imagens que não se vêem.
Meu gozo é estar solitariamente acompanhado
Por Awen, a Dama de Prata.
Estes, ó homens, são os meus deleites;
Estes são os meus gozos
Nas Praias do Prazer.

Awmergin, o Bardo