Quando eu era menino,
Um deus freqüente me salvava
Da gritaria e do látego dos homens,
Em segurança eu brincava
Com as flores do bosque;
As brisas do céu
Vinham brincar comigo.
E assim como alegras
O coração das plantas,
Quando estendem os braços
Meigos para ti,
Meu coração alegraste
Também, Pai Hélio! e como Endimião
Eu era o favorito Teu, sagrada Lua!
Oh vós todos, fiéis
Deuses amistosos,
Se soubésseis o quanto
Minha alma vos amou!
Não vos chamava eu então
Pelo nome, nem vós a mim
Pelo meu, como os homens
Quando se conhecem.
Mas eu vos conhecia
Como jamais aos homens conheci.
Eu compreendia o silêncio do Éter;
As palavras dos homens, não.
Educou-me a harmonia
Do bosque murmurante
E aprendi a amar
Debaixo das flores.
Foi nos braços dos deuses que eu cresci.
Johann F. Hölderling (1770-1843), Poeta alemão
2 comentários:
Eu e Hölderlin temos algo em comum: ambos visitados por um deus.
...caminhei contigo esses momentos!
iluminando-te de noite, e no dia no éter me formei!
sentiste minha presença e regojizo-me da lembrança em alegrar-te!
...porém, hoje a ti venho, pedir-te um grande favor:
- ensina-me como a harmonia o fez!
ensina-me a amar!
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