OPUS ALCHIMICAE (A Obra Alquímica) – por Awmergin, o Bardo
I
V.I.T.R.I.O.L.
E aos Infernos desci.
Um corvo pousava sobre meu ombro.
Único companheiro de jornada,
I
V.I.T.R.I.O.L.
E aos Infernos desci.
Um corvo pousava sobre meu ombro.
Único companheiro de jornada,
Esta ave matreira e misteriosa.
Ele me dizia ao pé do ouvido:
“Visita o interior da terra
E busca a pedra oculta”.
E calou-se nada mais dizendo.
Fiz a jornada e saí vitorioso
Daquele obscuro antro.
Ao sair das profundezas
Vi luminosas à minha frente
As letras V.I.T.R.I.O.L.
Brilharem com cores áureas.
II
NIGREDO
Se queres a vida viver
Deves morrer, ó filho.
Não penses que vivendo
Podes viver realmente.
Hás de morrer para o mundo
Dos homens e nascer novamente.
Prepara-te para descer ao antro escuro.
Ali, onde pavorosas são as vozes
E desesperados são os gritos.
Desfaz-te de tuas vestes.
Deixa tudo para trás e arroja-te à caverna.
Acendeste tua lâmpada? Tens luz própria?
Se já a tens, então estás pronto.
Ousar: eis o primeiro passo.
Sê intrépido em tua jornada.
Se o medo te acometer, inflama-te de coragem.
No mundo dos mortos verás
Muitas faces familiares.
Não te apegues a elas –
Não passam de sombras e espectros falsos.
Afugenta-os e dá-lhas as costas.
Segue teu passo resoluto.
Não podes parar; ainda tens caminho à frente.
Recorda-te de que deves encarar
O demônio face-a-face.
Muitas formas tem ele.
“Que forma assume”, tu te indagas?
Isso depende de ti.
Para cada neófito ele assume uma forma.
Qual será aquela que ele se apresentará
A ti? Vai e verás.
Chegaste ao fundo do antro.
A câmara está escura como
A treva primordial. Não olhes para fora.
Confia na luz que arde dentro de ti.
Só ela poderá iluminar-te.
Deixa que se putrefaça a matéria.
Não impeças o processo.
Colhe a substância do que restar
A obra em negro está sendo realizada.
Deixa os resíduos para trás e segue.
Agora estás morto.
Uma vez morto, podes retornar
Sendo outro. Agora és um filho da luz real.
Todavia, a Obra não está finalizada.
Ainda deves purificar a matéria.
Recorda-te de do que te disse
Hermes a seu filho Asclépios
E segue com o labor.
Eis a primeira etapa
Da Obra Solar.
III
ALBEDO
Agora que morreste,
Entraste na corrente que conduz
Ao Oceano da Vida Una.
A Obra não se findou, todavia.
Prepara-te, pois ainda há
Labor a ser realizado.
Agora que tu fizeste a visita
Ao reino obscuro e desceste
Ao antro tenebroso,
Deves lavar-te nas águas.
Purifica-te, ó filho meu!
Lava-te completo.
Marcas não podem haver em ti,
Nem sujeira ou pó.
Deves ser puro entre os puros.
Quando saíres do reino de Hades,
Haverá um rio sagrado.
Lava-te ali. Refresca tua sede neste lugar.
Verás sete cisnes bailarem sob a lâmina
Destas águas fluentes.
Os cisnes cantarão. Ouve estes cânticos
E assimila essa música.
Não te detenhas.
Segue teu passo no Sendeiro.
Agora, haverás de ascender à Montanha do Ser
E ali aprenderás a deixar teu corpo
Para tornar-te uma Águia e ascender ao Sol.
A Obra de Hermes, nosso Pai, deve ser concluída.
IV
CITRINITAS
Ó filho de Hermes!
Longa e laboriosa é esta Obra
Que te propuseste a realizar!
Não te desanimes, porém.
Sabe que orando e trabalhando
Realizarás teu intento.
Agora que és renascido desde um antro
Purificaste os materiais
E te lavaste nas águas que fluem
Do rio da Vida,
Podes iniciar tua jornada de ascensão
À Montanha do Ser.
Somente ali, encontrarás um Templo
Isolado e escondido, poderás
Realizar a terceira etapa
De teu trabalho: deves ventilar
As tuas emoções, torná-las equilibradas.
Deves vencer o dragão que habita
Neste altaneiro pico.
Não te esqueças de que esta besta draconina
É feroz e praticamente indomável.
Não te assustes, todavia.
Aprende a enfrentá-la em paz.
Quando vencida for a fera,
Tomarás posse do Templo
E ali poderás realizar o terceiro passo
Da Obra de nosso Pai.
V
RUBEDO
Filho de Hermes, és valoroso!
Morreste, purificaste a ti mesmo
E ascendeste até aqui, à Montanha do Ser.
Domaste o dragão que habitava – indomável –
Em teu próprio coração.
Eis o templo onde custodiamos o fogo sagrado.
Ei-lo: podes fazer teu sacrifício.
Deposita aí os teus materiais
E transmuta-os na Pedra Filosofal.
Rubra como o sangue que
Corre pelas tuas veias,
Rubra como a rosa mística
Que aflora em teu peito;
Rubra como o sangue do Cristo
Que em ti nasceu.
És um de nós, Irmãos que seguem
O caminho da Cruz e cultivam a Rosa.
Toma para a ti a Pedra: ela é a Obra
A qual te propuseste realizar.
Utilize-a para transmutar o mundo
De matéria vulgar, em nobres metais.
Agora és um mestre,
Um Filósofo do Fogo.
Awmergin, um Filho de Hermes.
Ele me dizia ao pé do ouvido:
“Visita o interior da terra
E busca a pedra oculta”.
E calou-se nada mais dizendo.
Fiz a jornada e saí vitorioso
Daquele obscuro antro.
Ao sair das profundezas
Vi luminosas à minha frente
As letras V.I.T.R.I.O.L.
Brilharem com cores áureas.
II
NIGREDO
Se queres a vida viver
Deves morrer, ó filho.
Não penses que vivendo
Podes viver realmente.
Hás de morrer para o mundo
Dos homens e nascer novamente.
Prepara-te para descer ao antro escuro.
Ali, onde pavorosas são as vozes
E desesperados são os gritos.
Desfaz-te de tuas vestes.
Deixa tudo para trás e arroja-te à caverna.
Acendeste tua lâmpada? Tens luz própria?
Se já a tens, então estás pronto.
Ousar: eis o primeiro passo.
Sê intrépido em tua jornada.
Se o medo te acometer, inflama-te de coragem.
No mundo dos mortos verás
Muitas faces familiares.
Não te apegues a elas –
Não passam de sombras e espectros falsos.
Afugenta-os e dá-lhas as costas.
Segue teu passo resoluto.
Não podes parar; ainda tens caminho à frente.
Recorda-te de que deves encarar
O demônio face-a-face.
Muitas formas tem ele.
“Que forma assume”, tu te indagas?
Isso depende de ti.
Para cada neófito ele assume uma forma.
Qual será aquela que ele se apresentará
A ti? Vai e verás.
Chegaste ao fundo do antro.
A câmara está escura como
A treva primordial. Não olhes para fora.
Confia na luz que arde dentro de ti.
Só ela poderá iluminar-te.
Deixa que se putrefaça a matéria.
Não impeças o processo.
Colhe a substância do que restar
A obra em negro está sendo realizada.
Deixa os resíduos para trás e segue.
Agora estás morto.
Uma vez morto, podes retornar
Sendo outro. Agora és um filho da luz real.
Todavia, a Obra não está finalizada.
Ainda deves purificar a matéria.
Recorda-te de do que te disse
Hermes a seu filho Asclépios
E segue com o labor.
Eis a primeira etapa
Da Obra Solar.
III
ALBEDO
Agora que morreste,
Entraste na corrente que conduz
Ao Oceano da Vida Una.
A Obra não se findou, todavia.
Prepara-te, pois ainda há
Labor a ser realizado.
Agora que tu fizeste a visita
Ao reino obscuro e desceste
Ao antro tenebroso,
Deves lavar-te nas águas.
Purifica-te, ó filho meu!
Lava-te completo.
Marcas não podem haver em ti,
Nem sujeira ou pó.
Deves ser puro entre os puros.
Quando saíres do reino de Hades,
Haverá um rio sagrado.
Lava-te ali. Refresca tua sede neste lugar.
Verás sete cisnes bailarem sob a lâmina
Destas águas fluentes.
Os cisnes cantarão. Ouve estes cânticos
E assimila essa música.
Não te detenhas.
Segue teu passo no Sendeiro.
Agora, haverás de ascender à Montanha do Ser
E ali aprenderás a deixar teu corpo
Para tornar-te uma Águia e ascender ao Sol.
A Obra de Hermes, nosso Pai, deve ser concluída.
IV
CITRINITAS
Ó filho de Hermes!
Longa e laboriosa é esta Obra
Que te propuseste a realizar!
Não te desanimes, porém.
Sabe que orando e trabalhando
Realizarás teu intento.
Agora que és renascido desde um antro
Purificaste os materiais
E te lavaste nas águas que fluem
Do rio da Vida,
Podes iniciar tua jornada de ascensão
À Montanha do Ser.
Somente ali, encontrarás um Templo
Isolado e escondido, poderás
Realizar a terceira etapa
De teu trabalho: deves ventilar
As tuas emoções, torná-las equilibradas.
Deves vencer o dragão que habita
Neste altaneiro pico.
Não te esqueças de que esta besta draconina
É feroz e praticamente indomável.
Não te assustes, todavia.
Aprende a enfrentá-la em paz.
Quando vencida for a fera,
Tomarás posse do Templo
E ali poderás realizar o terceiro passo
Da Obra de nosso Pai.
V
RUBEDO
Filho de Hermes, és valoroso!
Morreste, purificaste a ti mesmo
E ascendeste até aqui, à Montanha do Ser.
Domaste o dragão que habitava – indomável –
Em teu próprio coração.
Eis o templo onde custodiamos o fogo sagrado.
Ei-lo: podes fazer teu sacrifício.
Deposita aí os teus materiais
E transmuta-os na Pedra Filosofal.
Rubra como o sangue que
Corre pelas tuas veias,
Rubra como a rosa mística
Que aflora em teu peito;
Rubra como o sangue do Cristo
Que em ti nasceu.
És um de nós, Irmãos que seguem
O caminho da Cruz e cultivam a Rosa.
Toma para a ti a Pedra: ela é a Obra
A qual te propuseste realizar.
Utilize-a para transmutar o mundo
De matéria vulgar, em nobres metais.
Agora és um mestre,
Um Filósofo do Fogo.
Awmergin, um Filho de Hermes.
________________________________
Texto en Español
I
I
V.I.T.R.I.O.L.
Y a
los infiernos bajé.
Un
cuervo posaba sobre mi hombro.
Único
compañaero de viaje
Esta
ave elusiva y misteriosa
Ella
me decía al oído:
“Visita
el interior de la tierra
Y
busca la piedra oculta.”
Y
calló nada más diciendo.
Hice
el viaje y salí victorioso
De
aquel oscuro antro.
Al
salir de las profundidades
Vi luminosas
frente a mi
Las
letras V.I.T.R.I.O.L.
Brillar
con colores áureos.
II
Nigredo
Si
quieres la vida vivir
Debes
morir, oh hijo.
No
pienses que viviendo
Puedes
vivir realmente.
Has de
morir para el mundo
De los
hombres y nacer nuevamente.
Prepárate
para descender al antro oscuro.
Allí,
donde pavorosas son las voces
Y
desesperados son los gritos.
Deshazte
de tus ropas.
Deja
todo atrás y arrójate a la caverna.
Encendiste
tu lámpara? Tienes luz propia?
Si ya
la tienes, entonces estás pronto.
Osar:
es el primer paso.
Sé
intrépido en tu viaje.
Si el
miedo te acomete, inflámate de coraje.
En el
mundo de los muertos verás
Muchas
caras familiares.
No te
apegues a ellas –
No
pasan de sombras o espectros falsos.
Ahuyéntales
y dales la espalda.
Sigue
tu paso resuelto.
No
puedes parar, todavía tienes camino al frente.
Recuerda
que debes enfrentar
El
demonio cara a cara.
Muchas
formas tiene él
“Qué
forma asume”, tú te indagas?
Eso
depende de ti.
Para
cada neófito él asume una cara.
Cuál
será aquella que él presentará
A ti? Ve
y verás.
Llegaste
al fondo del antro.
La
cámara está oscura como
La
tiniebla primordial. No mires para afuera.
Confía
en la luz que arde dentro de ti.
Sólo
ella podrá iluminarte.
Deja
que se pudra la materia.
No
impidas el proceso.
Toma
la sustancia de lo que resta.
La
obra en negro está siendo realizada.
Deja
los residuos atrás y sigue.
Ahora
estás muerto.
Una
vez muerto, puedes retornar
Siendo
otro. Ahora eres un hijo de la luz real.
Sin embargo,
la obra no está finalizada.
Todavía
debes purificar la materia.
Recuérdate
de lo que le dice
Hermes
a su hijo Asclepios
Y
sigue con la obra.
Así es
la primera etapa
De la
obra solar.
III
Albedo
Ahora
que moriste
Entraste
en la corriente que conduce
Al
Océano de la Vida Una.
Prepárate,
pues todavía hay
Labor
a ser realizada.
Ahora
que tú hiciste la visita
Al
reino oscuro y descendiste
Al
antro tenebroso,
Debes
lavarte en las aguas.
Purifícate,
oh hijo mio!
Lávate
por completo (o lávate todo)
Manchas
no pueden haber en ti,
Ni
suciedad o polvo.
Debes
ser puro entre los puros.
Cuando
salieres del reino de Hades,
Habrá
un río sagrado.
Lávate
allí. Refresca tu sed en este lugar.
Verás
siete cisnes bailar sobre la lámina
De
estas aguas fluentes.
Los
cisnes cantarán. Escucha estos cánticos
Y
asimila esa música.
No te
detengas.
Sigue
tu paso en el Sendero.
Ahora,
habrás de ascender a la
Montaña del Ser
Y allí
aprenderás a dejar tu cuerpo
Para
tornarte un Águila y ascender al Sol.
IV
Citrinitas
Oh hijo de Hermes!
Larga y laboriosa es esta obra
Que te propusiste realizar!
No te desanimes, sin embargo.
Sabe que orando y trabajando
Realizarás tu intento.
Ahora que eres renacido desde un antro
Purificaste los materiales
Y te lavaste en las aguas que fluyen
Del río de la Vida
Puedes iniciar tu viaje de ascenso
A la Montaña
del Ser.
Solamente allí, encontrarás un Templo
Aislado y escondido, podrás
Realizar la tercera etapa
De tu trabajo: debes ventilar
Tus emociones, tornarlas equilibradas
Debes vencer el dragón que habita
En este altanero pico
No te olvides de que esta bestia draconiana
Es feroz y prácticamente indomable.
No te asustes, sin embargo.
Aprende a enfrentarla en paz.
Cuando vencida fuere la fiera,
Tomarás posesión del Templo
Y allí podrás realizar el tercer paso
De la Obra
de nuestro Padre.
V
Rubedo
Hijo
de Hermes, eres valeroso!
Moriste,
te purificaste a ti mismo
Y
ascendiste hasta aquí, a la
Montaña del Ser.
Domaste
el dragón que habitaba –indomable-
En tu
propio corazón.
Así
es el templo donde custodiamos el fuego
sagrado
Aqui
está: puedes hacer tu sacrificio.
Deposita
allí tus materiales
Y
trasmútalos en la Piedra Filosofal.
Roja
como la sangre que
Corre
por tus venas,
Roja
como la rosa mística
Que
aflora en tu pecho;
Roja
como la sangre del Cristo
Que en
ti nació.
Eres
uno de nosotros, Hermanos que siguen
El
camino de la Cruz y cultivan la Rosa
Toma
para ti la Piedra: ella es la Obra
La
cual te propusiste realizar.
Utilízala
para transmutar el mundo
De
materia vulgar, en nobles metales.
Ahora
eres un maestro,
Un
Filósofo del Fuego.
Awmergin, un hijo de Hermes
Tradução para o espanhol por Phileas de Montesexto
Imagem: "Nigredo, Albedo & Rubedo"
Imagem: "Nigredo, Albedo & Rubedo"
Um comentário:
Hermoso!!!
Lo había leido.
Postar um comentário