quarta-feira, junho 27, 2012
Shiva & Shakti
Ontem, cheguei em casa
Farto das labutas e lutas do dia.
Corpo e mente indispostos.
Queria descanso.
Adento ao lar. Diverso são os ares...
Diferente são as luzes a pairar.
Há um aroma adocicado
Inebriante circulando o ambiente.
Surpreso, caminho pelos cômodos
E vejo pétalas de flores depositadas
Pelo chão: um tapete rubro, róseo e alvo
A cobrir o piso. Uma trilha que me conduz ao quarto.
Indago-me: "Que ambiente etéreo é este?".
Ao adentrar no salão de meus sonhos,
Eis que vislumbro sobre o leito,
Tu, completamente nua, divinamente desnuda
Como deusa que és.
Miras para mim, com teus esmeraldinos
Olhos e sem nada dizer, dizes:
"Vem, amado, vem. Eis tua diva,
Tua amante, pronta para te receber
Em si, pronta para acolher-te em seu corpo".
Chamas-me com gestos sensuais e sedutores.
Não tardo a caminhar apressado em tua direção.
Dispo-me não só de meus andrajos,
Mas de toda continência.
Eu te quero; tu me queres.
Queremo-nos no desejo desta paixão,
Deste fogo aceso em nós.
Corpos entrelaçam-se, bocas encontram-se.
Mãos deslizam sobre ondulações e formas,
Arfamos, suspiramos; unimo-nos.
Tens gosto mais que gosto.
Delícia mais que delícia.
Tua boca é minha taça.
Sorvo-a e inebrio-me.
Não desperdiço sequer uma gota.
Da rubra rosa que floresce entre tuas coxas
Retiro o sumo, o néctar e provo-o, delirante.
Prova-me também; prova de minha essência
De minha masculinidade, do meu sabor.
Faça-se império de nossos sentidos.
Por que negá-los, se eles são porta
De acesso ao êxtase?
Awmergin, o Shiva
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2 comentários:
Lindo! Tens o dom da escrita, da poesia!
Abraço na Luz, Amigo!
Perturbamente belo!
Admiro muito a forma de grande pureza como escreves...
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