quarta-feira, junho 27, 2012

O Devoto



Oh, fiel!
Não te limites a um credo.
Não te amarres a uma doutrina!
Não vês, acaso, que a Verdade encontra-se
Em toda parte?

Se adentras à Igreja, lá está ela.
Se vais à Mesquita, também a encontrarás.
Pensas, porventura, que numa Sinagoga
Ela também não se guardará?

Ó devoto, se oras de joelhos,
Se te volta ao cair da tarde à Meca;
E se guardas o Sábado ao Senhor,
Faze-o bem.

Não entendas que só em tua Fé
Está Aquele, cujo nome é Mistério total.
Não Lhe dês nomes, tampouco atributos
Não concedas Àquilo, o Inominado, Causa sem causa,
Uma sombra de ti mesmo. Em erro incorres.
O que é Uno em si mesmo, sem começo nem fim
Não pode ser mensurado, tampouco entendido com a mente.
Aparta-te da mente e compreenderás o Mistério Supremo.

Compreende Aquilo no silêncio de ti mesmo
E não te limites aos templos
Erigidos por mãos humanas
E planificado pelo engenho de arquitetos.

Sabe, ó tu, que tu mesmo és um Templo perfeito
Ali está o segredo das medidas
A Ordem das coisas.
Perscruta em teu próprio Coração
E aprenderás o significado oculto da existência.

Awmergin, o Bardo

2 comentários:

Anônimo disse...

Maravilhoso!

moema disse...

muito bons os textos!