segunda-feira, janeiro 02, 2012

Perséfone

Cantarei à Perséfone de nívea face,
Filha de Zeus porta raios e de Deméter, mãe generosa.
Esta filha mais jovem do tonitroante senhor do Olimpo.
'Inda menina, brincava pelos campos floridos,
Das Ninfas de belos seios acompanhada.
Com nada preocupava sua mente pura,
Tampouco seu adolescente coração.
 Desconhecia os desejo e os obscuros
Pensamentos de Aidoneu, rei Obscuro
De tétrico reino. Atrelou sua carruagem
Com quatro negros cavalos e ascendeu
Ao mundo dos vivos. Não demorou,
E logo raptou Coré, a menina e divina infante.
 Levada à força, raptada e tirada de sua mãe.
Que, desesperada, deixaria de florir e dar vida
 A terra, para desespero da Humanidade
E para a desordem do mundo.
Histérica pela perda, vai a Zeus clamar
Ao senhor dos Deuses por interceção.
 "Ó Zeus, tu que és meu esposo e irmão,
Imploro-te, fala com Hades, nosso irmão
 Obscuro, para que restitua minha amada filha,
Ao meu peito, aos meus cuidados.
Não sendo assim, morrerá a humanidade,
Pois nada vivificarei sobre a terra".
 Assim disse Deméter - pesarosa com a o rapto
De sua infante filha. Zeus, de muitos pensamentos justos,
Medita e pondera as palavras de sua irmã.
"Rainha dos dons e da fartura,
Que poderei fazer senão atender ao teu rogo?
 Perecerá a Humanidade se Perséfone não retornar
Aos teus braços e peito de mãe".
Tendo a anuência do filho de Cronos,
Deméter desce, apressada, ao reino de Hades,
Ali, onde os espectos dos mortos
 Baixam para pagar suas penas.

 Awmergin, o Bardo Imagem: "Perséfone" - Dante Gabriel Rossetti

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