segunda-feira, outubro 04, 2010

Discurso sobre a Educação.



Em nome do Professor João Edson Andrade, Ouvidor Geral da Universidade Vale do Acaraú - Ceará, cumprimento os demais membros da mesa presentes nesta solenidade.

- Senhores professores,
- Queridos pais e familiares presentes,
- Caros colegas,

É com grande júbilo que venho a este púlpito e a esta tribuna, para representar os queridos colegas e irmãos aqui prestes a obterem outorga de grau superior. E é com imensa alegria que aceitei a responsabilidade de sintetizar em algumas palavras tantos sentimentos nobres que certamente avassalam os corações de todos os graduandos. Contudo, aceitamos a tarefa de bom grado, em nome dos queridos colegas aqui presentes.

Gostaria de fazer uma pequena reflexão acerca de nossa trajetória ao longo destes últimos anos, que transcorreram em nosso período de formação como discentes superiores, para que possamos ter bem clara a nossa função social e humana.
Ao longo destes período estudamos muitas disciplinas; tivemos muitos excelentes professores e mestres. Nossas mentes foram preenchidas pelas mais belas e interessantes Ciências nos campos das Humanidades, da Biologia, das Matemáticas, Línguas, Literaturas e da Pedagogia. Todavia, creio que as Ciências em si mesmas, se desprovidas de HUMANIDADE, não outorgam o bem essencial ao ser humano. O grande filósofo francês Blaise Pascal dizia: "Ciência sem Consciência é a perdição da Alma".

Vivemos em um período em que as dádivas concedidas pelas Ciências –especialmente as exatas- e a Tecnologia, tornam nossas vidas mais fáceis e cômodas. Vivemos (como nunca), um período de fartura, conforto e de expansão no campo da materialidade no longo percurso histórico do homem. Tal evolução técnica e científica é sem precedentes – disso não há dúvidas.

Embora vivamos esta evolução no campo material, não damos passos tão largos na ética. Vivemos uma crise de valores igualmente sem precedentes no curso histórico da sociedade...

Eis aqui a nossa missão, caros colegas e irmãos: antes de sermos professores de Ciências, Letras e de Humanidades, devemos ser professores e mestres de valores éticos atemporais, pois sem eles toda e qualquer sociedade encaminha-se à ruína, entregue ao materialismo, à barbárie, à violência, à corrupção em todos os campos e setores sociais.

Antes de sermos hábeis armazenadores de conhecimentos técnicos, devemos ser SERES HUMANOS no sentido prístino deste termo, ou seja, Homens e Mulheres dotados de faculdades de razão, amor e discernimento ético. É nosso dever inspirarmos nossos alunos ao HUMANISMO, às virtudes que são eternas – a despeito da relativização que lhe fazem algumas correntes niilistas de pensamento.

Nossas sociedades contemporâneas carecem mais de Amor, Honra, Amizade, Respeito, de Generosidade; carecem de exemplos de Bondade e Altruísmo. Tais valores éticos são universais, não pertencendo a nenhuma igreja, seita, ou dogma religioso; não são apanágio de correntes filosóficas, nem qualquer outra instituição concebida pelo homem. São estes valores éticos que mantêm uma sociedade e um povo em harmonia individual e social.

Estas virtudes devem ser cultivadas em nós mesmos, antes que possamos propagá-las. Porque, nosso exemplo moral será nossa oratória e nossas ações serão nossos mais eficazes discursos retóricos perante nossos alunos.

Temos aqui presentes educadores, professores de diversas disciplinas. E quero dizer-lhes que antes de serem professores e educadores desta ou daquela disciplina nós devemos ser Professores do Conhecimento Universal e Educadores para a Virtude. O Conhecimento e a Virtude estão acima das parcialidades, das doutrinas e das instituições humanas e são exatamente eles que as mantêm e conversam úteis aos próprios seres humanos.

Aquele que não se considerar apto para ser Professor do Conhecimento Universal e Educador para a Virtude, que deixe esta digníssima profissão de lado e busque outra função! A sociedade certamente está carente de muitas funções. Porém, com esta profissão sagrada não se pode, nem se deve brincar. Pois, de nós depende a formação intelectual, ética e – por que não dizer – espiritual de uma nova geração de brasileiros, que serão responsáveis por dar novos e melhores rumos ao nosso titânico país. Cabe a esta nova geração dar rumos mais adequados à Política, às Artes, às Ciências e às Religiões. Para que se tornem Política que coloque o coletivo acima dos interesses mesquinhos e individuais e governem para o bem do povo; cabe a nós, professores, a função de educar novos artistas, que criem esteticamente e com suas obras deslumbrem as pessoas com obras de beleza e harmonia, não com obras que nos inspirem à depravação moral, nem às drogas. É nossa função sagrada educar nossos alunos para amarem o saber e aprofundem o manancial do Conhecimento Humano. E é nosso dever inspirar nossos alunos ao ABSOLUTO, ou Deus, chamem-NO como preferirem: Jeová, Jesus, Budha, Maomé, Alah; e nos cabe ensinar nossos alunos a AMAR, pois o Amor é a religião universal.

Talvez alguns dos aqui presentes ao ouvirem tais palavras pensem: "palavras de um idealista!" ou talvez: "Não conhece a realidade!". Pois, eis a resposta a tais pensamentos: nós estamos ao lado de todos aqueles que sonharam, que vislumbraram dons para a Humanidade. Nossos Mestres foram aqueles que inspiraram o Bem, a Verdade e o Amor aos homens. E se somos idealistas, somos como o foram tais homens.

Aos meus amados colegas e irmãos de profissão digo: sede Mestres para a Virtude e para o Conhecimento Universal. A única revolução nobre e boa que pode e deve ser empreendida por nós é a revolução do pensamento de nossos alunos para o BEM COMUM da sociedade e educá-los (cada um em sua própria área de conhecimento) para serem homens e mulheres conscientes, livres e cidadãos úteis às suas respectivas comunidades, bons filhos, bons amigos, esposos, esposas e cidadãos.

A educação que não consegue promover isto, não é educação. É uma falácia teórica e uma imoralidade prática.

Não posso concluir este discurso sem agradecer profundamente em nome de todos nós aqui graduados. MUITO OBRIGADO, amados professores e mestres, e a todos os seres humanos que participaram de nossa formação humana: nossos pais, mães, parentes e amigos. Ao Absoluto chamado Deus, damos Graças!

Que a Luz, o Amor e Paz possam fazer-se presentes nos corações de cada um de nós!
Boa noite!

Awmergin
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Discurso proferido na Sede Social da Assembleia Paraense - em Belém do Pará - em ocasião à Cerimônia de Graduação dos Licenciados Plenos em História, Biologia, Matemática, Pedagogia e Língua Portuguesa do ano de 2010


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3 comentários:

Anônimo disse...

Bardo,

Como sempre inspiradísismo você!
Que maravilha de discurso!
Quem dera nosso país tivesse mais professores como você.
Um beijo,

Laura

MARINA TRINDADE disse...

AO MESTRE COM CARINHO,
PARABÉNS! POR ELUCIDAR TÃO BEM O SENTIDO E O SIGNIFICADO SAGRADO DE SER PROFESSOR DE UMA DISCIPLINA E DE SER MESTRE DE ALMAS, NA SAGRADA OFICINA QUE DEVE SER A ESCOLA, TAL QUAL, SAGRADA E DIVINAL É A FAMÍLIANA SUA ESSÊNCIA. A MISÉRIA QUE OBSERVAMOS HJ, EM A NOSSA SOCIEDADE É A PERDA DOS REAIS VALORES DA FAMÍLIA E DA ESCOLA.
PAIS "SÃO AMIGOS", PROFESSOR É "PRÓ", PROFESSORA É "TIA".
TUDO ARQUITETADO MAQUIAVÉLICAMENTE
POR UM PODER POLÍTICO QUE SE ARBITROU COMO NOSSO DONO, EM ABRIL DE 1964.
CONSEGUIRAM DESESTABILIZAR A NOSSA SOCIEDADE, BANALIZANDO TÃO GRANDE MISTER QUE É CONSTRUIR A FAMÍLIA E QUEBRANDO PARADIGMAS VERDADEIROS E INSTITUCIONALIZADOS NA ESCOLA.
EXCELENTE SUA ORATÓRIA.! BRAVO! POR SER CONSCIENTE. POR SER TÃO CRÍTICO, MISSIONÁRIO E TÃO PROFÉTICO.
FAMÍLIA E ESCOLA UNIDAS, OFICINAS DE HOMENS DIGNOS E MULHERES DIGNAS, CIDADÃOS E CIDADÃS DE CORAÇÕES PERFEITOS, "QUE NÃO SE FURTARÃO A SERVIR E À PÁTRIA"...
ABRAÇO-O COM O CORAÇÃO, A ALMA, O ESPÍRITO. DEUS SEJA COM VC. BEIJINHOS
MARINA
[MESTRA. VIVENDO O AUGUSTO TEMPO DA APOSENTADORIA]
SALVADOR-BAHIA

Moreira disse...

Um discurso à altura do momento, à altura do autor. Valha-nos Deus que ele seja, mesmo em um percentual pequeno, devidamente entendido e assimilado por seu público alvo. A educação precisa mesmo ser entendida e repassada à luz da moral e do amor verdadeiramente humano.