quarta-feira, junho 09, 2010

A Dama dos Sete Véus.



Sob a luz tênue e carinhosa do luar
Eu Te senti pela primeira vez.
Nunca havia visto antes tua Face
Invisível,sempre encoberta por sete véus delicados.

Eu nunca havia te visto desnuda,
Sempre surgias a mim envolta
Num vestido tecido com a mesma seda
Da qual são constituídos os raios da Lua.

Agora, porém, posso ver-te, ó minha Amada!...
Como és bela e indizível é esta beleza.
Quedam-se subservientes ante teu brilho
Todos os homens. Comigo não seria diferente...

Eu, que sou teu mais devoto amante.
Havia-me cansado cortejar-te.
Mas, tu disseste-me certa feita:
“Tu deves amar-me sem desejar-me.
Não poderás ver minha face antes disso”.

Compreendi e purifiquei meu coração
De toda mácula e eis que me entregas
Como dádiva um vislumbre de ti mesma,
Para meu deleite e mais fino gozo d’espírito.

Awmergin, o Amante da Dama Invisível


Pintura: "A Mãe do Mundo", por Nicholas Roerich

4 comentários:

ANDERSON IATA & BEL SALVIANO disse...

Nunca vi beleza mais profunda, um tesouro invisível... encanta o sonho do poeta, no cheiro da noite, o perfume voa no ar até o luar aquece terra, e espalha luz onde só ha solidão.

Andréa disse...

Que fofo! Viu só? "É dando que se recebe!" :)))))))

Patrícia Latini disse...

Lindo como tudo o que sempre escreve. =)

Anônimo disse...

De quando a sensibilidade do poeta des-Cerra o véu(todos) e nos brinda com um belo poema de amor.

Celebro-te, sem nenhum mistério.

beijos.

Vania.