quarta-feira, junho 09, 2010
A Dama dos Sete Véus.
Sob a luz tênue e carinhosa do luar
Eu Te senti pela primeira vez.
Nunca havia visto antes tua Face
Invisível,sempre encoberta por sete véus delicados.
Eu nunca havia te visto desnuda,
Sempre surgias a mim envolta
Num vestido tecido com a mesma seda
Da qual são constituídos os raios da Lua.
Agora, porém, posso ver-te, ó minha Amada!...
Como és bela e indizível é esta beleza.
Quedam-se subservientes ante teu brilho
Todos os homens. Comigo não seria diferente...
Eu, que sou teu mais devoto amante.
Havia-me cansado cortejar-te.
Mas, tu disseste-me certa feita:
“Tu deves amar-me sem desejar-me.
Não poderás ver minha face antes disso”.
Compreendi e purifiquei meu coração
De toda mácula e eis que me entregas
Como dádiva um vislumbre de ti mesma,
Para meu deleite e mais fino gozo d’espírito.
Awmergin, o Amante da Dama Invisível
Pintura: "A Mãe do Mundo", por Nicholas Roerich
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4 comentários:
Nunca vi beleza mais profunda, um tesouro invisível... encanta o sonho do poeta, no cheiro da noite, o perfume voa no ar até o luar aquece terra, e espalha luz onde só ha solidão.
Que fofo! Viu só? "É dando que se recebe!" :)))))))
Lindo como tudo o que sempre escreve. =)
De quando a sensibilidade do poeta des-Cerra o véu(todos) e nos brinda com um belo poema de amor.
Celebro-te, sem nenhum mistério.
beijos.
Vania.
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