sexta-feira, abril 10, 2009

A Ascensão.


Abandonei minha casa de barro,
Larguei por terra meus trapos
E segui livremente meus passos
Por uma estrada de luz.
Caminhei longamente
Por esta senda quando,
Ao fim de longa jornada,
Meus passos vadios
Foram ter em uma paragem radiante.
Ali fui recebido hospitaleiramente
Por seres sem forma,
Cuja luz irradiava abundante.
Envolveram-me com enlaces
De Amor e vida.
Quedei-me em comoção,
Sentindo-me livre de todo o peso
De meus antigos fardos.
Longamente repousei naquela
Paragem, alimentei meu espírito
Com manjares mais doces
Do que qualquer guloseima
Produzida por mãos humanas.
Sorvi um vinho de sabor indizível.
Já não queria retornar.
Todavia, meu tempo sem tempo
Naquela região gloriosa findou-se.
Assim, tive de descer pela mesma escada
Por onde ascendi.
A Luz afastara-se e me vi
Novamente em tenebrosa região.

Awmergin, após o retorno...

3 comentários:

Bia Unruh disse...

Quisera poder rever meus grandes irmãos como você...
Quisera ter mais força e mais amor no coração para poder estar perto da minha origem novamente...
Minha pouca luz ainda não consegue iluminar os caminhos para lá chegar...
Então ouço os relatos de quem já pode mais e busco incessantemente aumentar minha luz...

Bjs
Perséfone

Gregor Samsa disse...

E muito além das palmas, onde árvores resistem em pé,
a voz do bardo ecoa sem tremular louvor a nenhum nobre senhor, legislador de estúpidas ovelhas.

Sheila Maués disse...

Palavras cheias de luz!
MARAVILHOSO!
ABS