De tanto olhar para os Astros,
Meus olhos tornaram-se como Eles.
E minh'alma absolveu sua essência.
Enamorei-me de Spica, em Virgem,
E tornei-me como ela, generoso,
Doador de todas as dádivas.
Também mirei fixamente
Aldebaran, em Scorpio e
Tornei-me um coração pulsante
Vermelho e quente, como o
Coração daquele aracnídeo celestial.
Observei atentamente Sírio,
O Olho flamejante do Cão Maior,
E me tornei vigilante contra o mal,
Em mim e fora de mim.
Sempre gostei de Bellatrix,
Em Órion, o caçador.
Aprendi a caçar dádivas astrais com ela.
Aprendi e mudar de cor, na alma,
Com Canopus, em Carina.
Como vês, de tanto olhar para
As Estrelas, tornei-me um
Pouco de cada uma delas.
Pois sim, amada, eu tenho
Cada uma delas dentro de mim.
Minha Alma está tingida de dádivas
Astrais, mas EU sou um Astro.
Todavia, neste ciclo de tempo,
Encontro-me aqui, encerrado
Nesta envoltura de terra, dádiva
Da Mãe Gaia. É certo, dia chegará
Em que dentre todas aquelas
Que tanto saudei cá, na Terra,
Receber-me-ão entre elas novamente.
Awmergin, o Bardo
Fotografia: Satélite Espacial Hubble
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