Ontem meu coração estava triste...

Ontem meu coração estava triste.
Era uma árvore outonal cujas folhas feneciam
Ao sabor da estação.
Só... ninguém estava no Templo.
A Chama ardia serena...

Fitei a flama que chamuscava na pira.
Tornei-me um com ela.
Recordei-me de que Fogo sou.
Um Fogo que é invisível, que queima sem queimar;
Que arde sem estar em combustão.

Partícula da Chama Eterna é em mim.
A Chama invisível manifestou-se
De outono, passei à primavera.
As folhas tornaram-se verdes em mim
Novamente. Abundaram frutos doces
Na árvore de meu Ser
E eu flori novamente.

Awmergin, o Bardo

Gênese.

Ontem eu me vi 
Nos primórdios.
Nada havia...
Espaço, nem tempo, nem coisas.

O Tudo, que era Nada,
Era um Oceano sem fundo
E sem praias.

Imerso nestas Águas eu, que não era eu,
Encontrava-me. Não me afoguei,
Mas, vivia em totalidade.

Completo, sem necessidades,
Nem carências, Uno em mim mesmo.
Eu tudo tinha, sem nada ter.

Todavia, surgiu a necessidade e a carência
E eu tive de manifestar e criar.
Assim, emanei de mim mesmo

As coisas, o espaço e o tempo;
O Caos, que não era desordem,
Fez-se heterogeneidade.

Antes, sem haver antes, era
Um só. Agora, porém,
Sou muitos, desdobrado.

Não perdi minha essência Una,
Mas, desenvolvi infinitos ramos
Até as raízes da matéria.
Awmergin, o Bardo

Arte digital: "Mânatos'a e a Conexão Cósmica", por Awmergin, o Bardo

Os direitos autorais são protegidos pela lei nº 9610/98, violá-los é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal Brasileiro.

O Templo de Eros.

Quando fui iniciado no Templo de Eros,
 Aprendi a lição ali dada Pelos hierofantes da doutrina amorosa:
"Filho nosso, tu que entoas cânticos
Sagrados, eleva-te com asas invisíveis
Ao Templo de Eros. Só Amor nos faz voar.
Somente os que voam, podem ensinar

Outros a voar igualmente.
Tu ascendeste a este áureo Templo
Em labor perseverante e as asas brotaram
Em tuas espáduas novamente.
Encobertas elas se encontravam
Pela casca carnal que te envolve.

No entanto, tu superaste a ti mesmo
E renasceste como Adepto de Eros,
 Um Sacerdote do Amor. Agora és um de nós, filho". 
Estas palavras aladas saíram 
Dos lábios etéreos dos sacerdotes 
Que me receberam, festivos, 
Naquele maravilhoso recinto sagrado,
 No alto do Olimpo, onde se encontra 
O Templo de Eros, o Amor divino. 


 Awmergin, o Bardo
 Os direitos autorais são protegidos pela lei nº 9610/98, violá-los é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal Brasileiro.