sexta-feira, março 16, 2012

Gênese.



Ontem eu me vi 
Nos primórdios.
Nada havia...
Espaço, nem tempo, nem coisas.

O Tudo, que era Nada,
Era um Oceano sem fundo
E sem praias.

Imerso nestas Águas eu, que não era eu,
Encontrava-me. Não me afoguei,
Mas, vivia em totalidade.

Completo, sem necessidades,
Nem carências, Uno em mim mesmo.
Eu tudo tinha, sem nada ter.

Todavia, surgiu a necessidade e a carência
E eu tive de manifestar e criar.
Assim, emanei de mim mesmo

As coisas, o espaço e o tempo;
O Caos, que não era desordem,
Fez-se heterogeneidade.

Antes, sem haver antes, era
Um só. Agora, porém,
Sou muitos, desdobrado.

Não perdi minha essência Una,
Mas, desenvolvi infinitos ramos
Até as raízes da matéria.

Awmergin, o Bardo

Arte digital: "Mânatos'a e a Conexão Cósmica", por Awmergin, o Bardo


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Um comentário:

Carmen Regina Dias disse...

"Agora, ... sou muitos, desdobrado.
[...] desenvolvi infinitos ramos até as raizes da matéria."

Somente tu, mano, por tua poesia me faz sentir assim, árvore de infinitos ramos, enraizada, pertencendo.

#Gratitude