quinta-feira, setembro 18, 2008

A Chegada


Amada, vamos sair da cabana
Vem, dá-me tua mão e caminhemos
De mãos dadas em meio às árvores,
Às flores de meu jardim.
Ouçamos o que tem a nos dizer
Os pássaros, irmãos alados.
Esperei por ti durante tanto tempo!
Havia-me enfadado de minha
Própria solidão d’alma.
Roguei aos oito Ventos para
Que a mim te trouxessem.
Eis-te aqui, agora...
Rejubilo-me em tua deleitosa
Companhia, tamanho é
O deleite de meu coração
Durante todo este longo tempo
Em que te esperei, cultivei meu
Jardim e plantei flores e um pomar
Para te oferecer como dádiva.
Toma, Amada, são tuas
Todas estas flores coloridas,
Luzes do arco-íris sobre a terra,
Estrelas em forma vegetal.
Aceita, Amada, este pomar
E sacia tua fome com
Estes suculentos frutos.
Que eles te restituam a vida.
Enquanto não vinhas a mim,
Além de cuidar de meu jardim,
Elevei os meus olhos e minh’alma
Aos astros divinos e neles
Busquei segredos, ouvindo
Suas vozes harmônicas e perfeitas.
Foram eles quem me revelaram
Mistérios acerca das Leis do Mundo.
Forma eles, Amada, quem me
Tranqüilizaram a alma,
Anunciando a tua chegada.
Como podes ver, Amada, longa e laboriosa
Foi minha espera por ti.
Todavia, cá estamos nós,
Enlaçados pelo laço de seda do Amor.
Vem, Amada, vamos passear
Por entre as árvores e as flores de meu Jardim.

Awmergin, o Bardo

Fotografia "Praire" por Hugo Macedo

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