quinta-feira, junho 21, 2007

O Cântico do Retiro e da Renúncia.


I
Awmergin, transformando-se em Águia, entoa o Cântico do Retiro e da Renúncia para a Amada de seu Coração.

Perguntas-me, aonde vou, amada?
Pois eu te direi:
Elevar-me-ei à Montanha do Ser,
Lá onde construí meu ninho
De Espírito; lá onde EU habito
Silencioso pela eternidade;
Lá d'onde posso vislumbrar minhas
Divinas irmãs a luzirem, orgulhosas,
Em seu brilho argênteo no Oceano do Firmanento.

Perguntas-me, amada, porquê parto...
Dir-te-ei agora:
Quando a Vida crava em meu peito
Adagas pontiagudas, ferindo-me o córdio órgão,
Vou ter com meu Pai, o Sol radiante.
Pois somente lá do alto pode, Ele, curar-me
As profundas chagas com Sua luz balsâmica.

Perguntas-me, querida de meu coração, o que me feriu...
Dir-te-ei já:
Em verdade, o pequeno em mim
Permitiu-se ferir a si mesmo.
E o Grande em Mim cura-me
As lacerantes dores.

Perguntas-me, minha bela, se irei
Demorar-me em meu retiro...
Dir-te-ei somente:
Eu voltarei a ti, radiante, amoroso,
Altaneiro e amante sem dores.
Eu abandonarei meu ninho
De solidão e silêncio;
Renunciarei ao gozo celeste
De estar sob o manto divino
De Urano, velho Titã,
Apenas para estar ao teu lado uma vez mais.
Sim! Eu renuncio às Dádivas Celestes
Em nome de teu amor, minha amada.

Awmergin, o Bardo - no alto da Montanha do Ser, sem hora e sem espaço...

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