segunda-feira, março 19, 2007
Catedral
I Cântico
Conto-nos, o poeta, como divisou sua Musa inspiradora, dentro d’um templo. Estava ela a orar, à Virgem Santíssima.
Inspira-me a memória,
Ó tu, minha deusa de glória,
Para que o bardo recorde dias maravilhosos,
Awen, de olhos preciosos!
Era do Nosso Senhor o Santo dia*.
Sol, no alto Céu, já descia
‘Té sua áurea casa lustrada
Porque sua hora estava passada.
Mas divinal luz não se foi.
Mesmo sem o Lume de ouro
No firmamento, em terra brilhava um tesouro:
O amor que minh’alma constrói.
Ela, sublime dádiva, obra do Pai:
Minha amada donzela,
Que aos Céus, certamente, ascender vai
Por motivo de ser angélica e bela.
Awmergin, o Bardo
(*)Domingo: do latim dies Domini “dia do Senhor” (nota do autor).
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