quinta-feira, janeiro 17, 2019

A Viagem


Desprendido de meu corpo,
Viajo pelo Cosmos e
Contemplo maravilhas:
A existência é geométrica.
O número é a regra.
A obra do Absoluto é perfeita.
infinitas são as formas de vida,
Infinitas as formas de expressão.
Irmãos doutras esferas e orbes
Compartilham sua sabedoria e seu amor.
Vagando por vastidões sidéreas
Contemplei a face da Mãe Cósmica.
Seu manto é o espaço,
Cravejado de joias estelares.
Cada estrela é um ente,
Cuja alma é um arquiteto da criação.
Os olhos da face são cegos.
O olho único tudo vê, tudo contempla
E essa contemplação é magnífica!
Oh, mistérios!
O Amor é o Mistério dos mistérios!
A Luz é a mãe de todas as coisas.
Awmergin, o Bardo 

quinta-feira, setembro 13, 2018

Cria uma barca de luz...


Cria uma barca de luz
Para navegar
Nas águas do Oceano universal

Navega em tua nau,
Navegante do espírito
E contempla estes mistérios:

O Universo é infinito!
Inumeráveis galáxias! 
Inumeráveis sóis!
Infinitos orbes!
Infinitas formas de vida!

Cria a Merkabah
Com a força do teu pensamento
Para viajar
Pelo Oceano Infinito!

Awmergin, o Bardo

terça-feira, março 27, 2018

Eu sou o centro da circunferência sem limites.
Sou o Oceano sem praias,
Sou Aquele sem rosto, o sempre velado.
Estou em todas as partes e em nenhuma.
Sou a fonte de desejo de todos os amantes.
Ó tu, não mendigues o amor dos homens!
Ele não assa dum delírio.
Ama a Mim, que sou teu Deus
E sou tua Deusa.
não busque a satisfação de teu desejo
na limitação e parcialidade dos homens.
homem algum jamais será amigo como Eu sou.
Mulher alguma jamais te amará como Eu.
O vinho da taverna traz efêmera embriaguez.
os seios de uma amante aquecem
por apenas uma noite.
O sumo do Meu Amor te embriagará
Para a eternidade.
O gozo do Meu amor te satisfará
O coração perenemente.
Abandona a ilusão da dualidade.
Eu sou o Uno, misterioso.
Veste tua túnica branca
E dança em torno de mim.
Eu te acolherei como filho e adapto.
E te ensinarei os Mistérios.
Ama-Me. Não mendigues o amor dos homens.
Eu sou a Fonte de todo Amor.

Awmergin, o Bardo

domingo, março 18, 2018


Acabou-se a festa da carne entre nós.
O fogo abrasador da paixão
Se exauriu e o que restou?
Só a chama serena daquele Amor
Cuja luz cintila, mas não pode ser vista.


Um calor envolvente nos enlaça.
Sorvemos todo o doce e enebriante vinho
servido na taverna do deleite.
Mantivemo-nos ali por tanto tento, ó meu amor!
Eu e tu quase nos tornamos escravos do gozo.

Mas, Hermes mensageiro vindo do Olimpo
Nos advertiu: "Não vos detenhais demasiado tempo
Neste enganador himeneu. Sabei que uma verdade
sublime vos aguarda. Calçai vossas sandálias
E parti desta taverna de ilusões".

Como Odisseu despertado dos delírios
Causados pelo lótus, saímos nós de nosso sonho
De paixão e prazer.
Despedimo-nos com um beijo,
sabendo que durante muito tempo não nos veríamos.
Lágrimas escorreram pelas tuas faces, bem como pelas minhas.

Awmergin,
in "O Templo de Eros"

O vento cavalga desde o Leste
numa montaria invisível.
Ele me traz uma mensagem:
"Sossega a tua mente e abre uma garrafa de vinho".

Eu o ouvi com o ouvido surdo.
Tomei o vinho de velha safra e o abri.
Despejei-o delicadamente no cálice
E sorvi um trago.

Que delícia maior pode haver nesta noite?
Minha mente quieta, a carícia do vento
E a doçura do rubro líquido, dom de Dionísio.
Faltam-me apenas os teus lábios vermelhos...

Awmergin, o Bardo
- in "O Templo de Eros"

sábado, janeiro 23, 2016

Percorreste muitas sendas e veredas...


Percorreste muitas sendas e veredas.
Entraste em labirintos dos quais não sabias a saída.
Enfim, encontraste a rota para a tua salvação.
Seguiste a luz que brilhava sem arder
E foste fiel à tua visão.

Procuraste o caminho fora de ti,
Mas nunca o encontraste.
Compreendeste que o Caminho e tu são um só.
Voltaste os teus passos para dentro
E não para fora.

De que te adiantou correr o mundo?
De que te valeu viajar países?
De que te serviu atravessar oceanos?
O quão útil foi cavalgar os oito ventos?

Tu és o mundo.
Tu és o teu reino.
Tu és o Oceano sem praias.
Tu és o imperador celeste.

Awmergin, o Bardo

quarta-feira, maio 06, 2015

Escuta do que a montanha de diz.



Escuta o que a montanha te diz.
Silencia-te!
Os ventos sopram e te revelam segredos.
Escuta!

Tendo compreendido o que aqui vim buscar
Devo descer uma vez mais
Ao vale da Vida.
Ali, aguardam-me os homens
Em suas labutas, em sua ignorância,

Mas, eles têm sede e fome.
Eles estão sós, embora vivam em multidão.
Devo descer. Sim, eu devo.
Tendo vislumbrado o sol da Realidade Una,
Tendo sorvido o néctar celeste,
Devo retornar.

Escuta o canto do pastor que
com suas cabras apascenta
no Vale abaixo.
Escuta o canto do amante apaixonado
Por sua amada.
Escuta a voz da multidão em confusão na feira da cidade.
Ó tu, ouve!

São as almas que clamam
e manifestam os seus desejos pela vida.
Escuta, tu que ascendeste à montanha do Ser!
Escuta as vozes e os cantos dos homens e
Volta ao vale da Vida!

Awmergin, no pico da Montanha do Ser

segunda-feira, fevereiro 23, 2015

Perenis


As estações passam e se alteram.
O Sol dá passagem à Lua
E a Lua deixa o Sol passar.
A maré tem fluxo e refluxo
noite e dia são amantes
E se encontram por breve momento no crepúsculo.

Esta existência é um eterno movimento.
Amantes se encontram e se separam.
Corpos unem-se e se distanciam.
Átomos unem-se e se desagregam.
Sistemas solares giram em tono de sóis
E depois deixam de existir.
Mesmo o Universo, nasce e morre.
E eu, que sou carne? Hei de desaparecer também...
Oh! Que há de permanente sob o Sol?
Nada...

Só Tu, além de toda existência,
Além de todo movimento,
Além de todo câmbio,
Só Tu permaneces intacto,
Sereno e quieto em teu trono sublime.
Nesta vida, onde tudo passa e se vai,
Escolhi a Ti como meu amor e meu deleite:
Tu, que não vais e não passas;
Tu que és para além da existência.

Awmergin, o Bardo